A LENDA DA NOVA SERPENTE

POR SOBRE O BATER DAS CORREDEIRAS DO RIO MADEIRA.

NA PRAIA DO ARROTO,

OU NO ALAGAMENTO DO CAI N'ÁGUA NA FEIRA, NO TEMPO DE CHEIA.

DO PÉ DE BIRIMBÁ À CUIA DO BIRIMBAU.

ATRAVESSO PVH DO ULISSES GUIMARÃES ... AO AREAL.

CRESCIDO CRIADO NO MOCAMBO... PEGO BECO.

NO MEU CAMINHO NÃO ME PERDI. DA LENDA DA SERPENTE DOS INOCENTES

HOJE PELAS USINAS NÃO ME VENCI.

DESCARRILHEI FERROVIAS;

FIZ BANZEIRO NO RIO MADEIRA, EM SUAS MARGENS;

CARREGUEI TRONCOS DE ÁRVORES;

DAS LEMBRANÇAS NÃO PERDOEI NEM OS TRILHOS DE "MARIA".

SOU SERPENTE QUE NO RIO SE ESCONDE

CARREGO ROCHAS. DESTRUO A PONTE...

... QUE LIGA A SOLIDÃO AO ESQUECIMENTO.

DE UM LADO A ESPERANÇA, DO OUTRO LADO O ARREPENDIMENTO.

PONTE QUE ESCONDE ACIMA DAS ÁGUAS.

UM RIO DE LÁGRIMAS DOR E SOFRIMENTO.

ME ESCONDO EM UMA ILHA

CERCADA DE MENTIRAS POR TODOS OS LADOS.

MAS, SEI NADAR CONTRA A CORRENTE

E BEM MAIS QUE DE REPENTE

RESSURJO E ME ESCONDO

PRA JAMAIS SER DERROTADO.

                                               Autor: DENIZ SANTTOS.